O “Projeto Escola Nova Revisão” construiu uma escola de saberes tradicionais e produção de medicinas tradicionais e cosméticos naturais na penúltima aldeia de indígenas não isolados do alto Rio Jordão-AC, aldeia que tem o nome de Nova Revisão.
Foram 6 meses de trabalho árduo levando trabalhadores e materiais rio acima para a construção da obra, integrando trabalhadores indígenas e ribeirinhos para uma obra harmoniosa de união de saberes. Vale ressaltar que esta aldeia nunca havia recebido investimentos externos, tinha uma precária fonte de energia, luz e enorme dificuldade de fontes de renda, pelos seus morados.
A escola-laboratório conta com energia solar, banheiro com sistema de tratamento ecológico de águas, internet satélite, e 5 módulos interligados, sendo uma sala central de aula e convivência, onde tem-se cozinha e materiais didáticos, uma sala de depósito de materiais e matérias primas, uma sala de destilação de óleos essenciais, uma sala de prensagem de óleo a frio, uma Sala de secagem e depósito de ervas e um escritório com internet satélite.
Desde o início da construção da escola, vem sendo realizados encontros bimestrais do grupo residente na aldeia Nova Revisão com professores convidados de diversas partes do Brasil, onde são ministradas oficinas de integração de saberes.
Após a construção da escola, vem sendo mantidas atividades educacionais transdisciplinares de forma continuada.
O grupo da Nova Revisão vem aprendendo a utilizar equipamentos laboratoriais básicos como destilador de óleos essenciais, máquina de prensagem de óleos a frio e práticas básicas de laboratório para produção de cosméticos artesanais, ao mesmo tempo em que ensinam sobre seus saberes da floresta aos professores, promovendo assim um ambiente de troca e união de saberes dentro de um respeito e harmonização.
Tais atividades tem o intuito de fortalecer as práticas de medicina tradicional indígena, promovendo saúde e educação, além de fonte de renda para seus moradores, que enfrentam enormes dificuldades financeiras e dificuldade de locomoção.
Os encontros bimestrais serão mantidos indefinidamente em uma geração e troca de saberes contínua. Enquanto isso a escola permanecerá como um centro de educação em saberes tradicionais Huni Kui bem como referência regional em produção de medicinas tradicionais indígenas e cosméticos naturais, integração de saberes e saneamento ecológico.
O projeto foi fruto de um trabalho conjunto realizado a partir de doações de uma instituição proveniente da Noruega dirigida pelo doador Jonny Kristiansen, com o trabalho da equipe do Campo Sagrado e o povo Huni Kui e Ribeirinho do Rio Jordão.